088/365 - Olho, mas não consigo ver...

 

Bem-vindos!

A capacidade de ver é um dos sentidos humanos mais valorizados, permite-nos olhar  o mundo ao nosso redor, no entanto, muitas vezes olhamos para as coisas sem realmente as estarmos a ver. O que está por trás dessa falta de perceção? Será que vemos com os olhos ou com a mente?

"Olho, mas não consigo ver...", incita-nos à reflexão. Abordaremos a ideia de que não vemos com os olhos, mas sim com a mente. Acreditamos que os olhos são apenas uma ferramenta que a mente usa para ver, e que a qualidade da nossa percepção depende diretamente da capacidade de interpretação da nossa mente. Vamos explorar diferentes abordagens que nos ajudarão a entender melhor a relação entre a mente e a percepção visual. 

Se queremos melhorar a nossa capacidade de ver, precisamos de trabalhar a nossa mente. Se a mente está cega para a possibilidade, os olhos serão cegos para a oportunidade. Esperamos que esta reflexão nos possa ajudar a ampliar a percepção e a desenvolver a capacidade de ver o mundo com mais clareza.

[Não vemos com os olhos, mas sim com a mente!]

Quando vemos algo, a primeira coisa que fazemos é captar a imagem através dos nossos olhos. No entanto, essa imagem é apenas uma representação da realidade, e é a mente que dá significado e interpretação a essa imagem. Por outras palavras, não vemos com os olhos, mas sim com a mente.

René Descartes, um dos mais importantes filósofos da história, já defendia essa ideia há mais de 300 anos atrás. Na sua obra "Meditações", ele argumenta que "o olho é a janela da alma", mas que é a alma, ou a mente, que "vê através dessa janela", os olhos são apenas uma ferramenta que a mente usa para ver.

Esta perspectiva é importante porque mostra-nos que a qualidade da nossa percepção não depende apenas da saúde dos nossos olhos, mas também da saúde da nossa mente. Se a mente não está saudável, ou se está distraída, cansada ou ansiosa, a nossa percepção será afetada, mesmo que nossos olhos estejam saudáveis.

É fundamental cuidarmos não apenas da saúde física, mas também da saúde mental, se quisermos ter uma percepção mais clara e precisa da realidade. Afinal, é a mente que dá significado e interpretação àquilo que vemos, e não os olhos em si.

[Os olhos são apenas uma ferramenta que a mente usa para ver!]

Como mencionamos anteriormente, os olhos são apenas uma ferramenta que a mente usa para ver. Mas qual é exatamente o papel dos olhos na percepção visual?

Fisiologicamente, os olhos são responsáveis ​​por captar a luz e transformá-la em impulsos elétricos que são enviados ao cérebro, são como uma câmara que regista a imagem e envia-a para o processador central, que é a mente.

No entanto, a percepção visual não se limita apenas à função física dos olhos. A Filosofia Yogi, por exemplo, acrescenta uma perspectiva espiritual a esta questão. Segundo esta tradição, os olhos não captam apenas a luz, mas também são uma extensão da nossa consciência.

Yogi Bhajan afirmou: "Os olhos são os dois maiores canais da mente", ou seja, o que vemos através dos nossos olhos tem um impacto direto na nossa mente e no nosso estado de espírito, por isso, é importante cuidarmos do que vemos e da forma como o vemos.

Se quisermos desenvolver a nossa percepção e aumentar a nossa capacidade de ver, precisamos de treinar a nossa mente para interpretar as informações que recebemos através dos olhos. Isso significa estarmos presentes e conscientes do que vemos, em vez de apenas passivamente registar a imagem. Devemos entender que os olhos são importantes para a percepção visual, mas não são o único fator envolvido nesse processo. 

[Se a mente é cega não importa o que os olhos conseguem ver, mas, se a mente consegue ver não importa que os olhos não o façam!]

Como já foi referido, a mente é fundamental para a percepção visual. Se a mente não está saudável ou consciente, não importa o que os olhos conseguem ver, pois a percepção será afetada. Por outro lado, se a mente está consciente e atenta, pode perceber coisas que os olhos não conseguem capturar.

Jiddu Krishnamurti argumentou que a consciência é a chave para a percepção. Segundo ele, "a consciência é a totalidade da vida, e a percepção é a totalidade da consciência". Noutras palavras, a percepção não é apenas uma questão de capturar a imagem, mas de estar consciente e presente na experiência.

Isso significa que a mente é capaz de ver coisas que vão além do que os olhos conseguem capturar. Por exemplo, podemos perceber a beleza de uma paisagem não apenas pela imagem, mas também pelo sentimento que ela nos transmite. Ou podemos perceber a presença de alguém sem sequer olhar para ela, apenas sentindo sua energia.

Essa perspectiva é importante porque mostra-nos que a percepção não é apenas uma questão física, mas também mental e emocional, e se quisermos desenvolver a nossa capacidade de perceber, precisamos de treinar a nossa mente para estarmos presentes e conscientes da experiência.

[Se a mente é cega para a possibilidade, os olhos serão cegos para a oportunidade!]

A mente é fundamental não apenas para a percepção, mas também para a forma como construímos a realidade à nossa volta. Se a mente está cega para as possibilidades, é provável que as oportunidades passem despercebidas. Por outro lado, se a mente está aberta e atenta, podemos perceber oportunidades onde antes parecia não haver nenhuma.

Aqui, é importante destacar que a mente tem um papel ativo na construção da realidade. Como disse Immanuel Kant: "Nós não percebemos as coisas como elas são, mas como nós somos", a nossa percepção do mundo é moldada pelas nossas crenças, expectativas e experiências anteriores.

Se estamos convencidos de que não há oportunidades para nós, é provável que nossa mente selecione apenas as informações que confirmam essa crença e ignore as oportunidades que poderiam estar ao nosso alcance. Por outro lado, se estamos abertos e confiantes nas nossas capacidades, a nossa mente estará mais disposta a procurar e perceber as oportunidades que possam surgir.

Este processo de seleção da percepção é conhecido como viés de confirmação. Ele pode ser útil nalgumas situações, mas pode limitar-nos se não estivermos conscientes dele. É importante treinarmos a mente para estar aberta e atenta, para que possamos perceber as oportunidades que podem estar disponíveis para nós.

Um autor que explora essa ideia é Martin Seligman, um dos fundadores da psicologia positiva. Ele argumenta que a nossa capacidade de perceber as oportunidades pode ser afetada pelas nossas crenças e atitudes mentais. Segundo ele, "o pessimismo pode ser um inimigo do desenvolvimento pessoal e do sucesso". Em vez disso, devemos cultivar uma mentalidade de crescimento, que nos permita ver oportunidades em vez de obstáculos.

[Relembramos]

Hoje, pudemos explorar a ideia de que não vemos com os olhos, mas sim com a mente. Os olhos são apenas uma ferramenta que a mente usa para ver, e a percepção visual é influenciada não apenas pelos estímulos sensoriais, mas também pelas crenças, atitudes e experiências prévias.

Discutimos também a importância da mente na percepção das oportunidades na vida. Se a mente está cega para as possibilidades, é provável que as oportunidades passem despercebidas. Por outro lado, se estamos abertos e atentos, podemos perceber oportunidades onde antes não existiam.

A mente desempenha um papel fundamental na nossa percepção do mundo e na forma como construímos a nossa realidade. Se quisermos estar abertos às oportunidades e ter uma perspectiva mais ampla da vida, precisamos de treinar a nossa mente para estar consciente e atenta, e cultivarmos uma mentalidade de crescimento e possibilidade.

Gostaríamos de deixar uma reflexão: como está a tua mente agora? Está aberta e atenta, ou está cega para as possibilidades? Lembrem-se de que podemos treinar a nossa mente para estar mais consciente e perceber as oportunidades à nossa volta. Afinal, não são os olhos, mas sim a mente que nos permite ver além do óbvio e descobrir novos horizontes na vida.

Namaste!🙏